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  • Foto do escritorDayane Malta

Meu maternar e as férias escolares

É fim de ano, e toda mãe sabe o que isso significa: Férias escolares. Enquanto a maioria das pessoas começa a tirar o pé do acelerador e curtir os últimos dias do ano, mães que trabalham fora se preocupam.


Quando conseguimos conciliar férias do trabalho com as férias escolares é ótimo, curtimos junto com as crias os momentos de descanso (se bem que em alguns casos, também precisamos de um descanso dos filhos, e isso não te torna uma mãe ruim, apenas uma mãe que precisa de descanso, combinado?!). Mas sabemos que a realidade quase nunca é assim. Nos descabelados para saber o que fazer com as crianças que ficarão mais de um mês sem escola.


Maitê, filha da Dayane

No meu caso, que sou mãe solo da Maitê, tenho uma sobrecarga ainda maior, e embora tenha a guarda compartilhada com o pai dela, ainda fico com a maior carga física e emocional dos cuidados com a pequena. Tenho uma boa rede de apoio, que me ajuda e me socorre nos momentos mais caóticos, mas é preciso se programar, afinal não é sempre que as pessoas estão disponíveis.


O mercado de trabalho está cada vez mais aquecido, novas profissões surgindo, entretanto ele ainda não consegue acolher mulheres mães. Quando a Maitê nasceu, eu tinha escolhido abrir mão da minha carreira para viver integralmente o meu maternar, porém com tudo que aconteceu (história essa que contei aqui) precisei voltar a trabalhar. Claro, tive sorte nesses três anos. Tinha pessoas incríveis ao meu lado que entendiam a situação, mas conversando com amigas, sei que a realidade é bem diferente do que eu vivi.


Li outro dia que para um pai trabalhar, basta apenas um emprego. Uma mãe precisa de alguém que cuide dos filhos, dinheiro para pagar escola/transporte, precisa de alguém que leve ao médico, que participe das celebrações e reuniões pedagógicas no lugar dela, porque ela não pode se ausentar do trabalho. Ela precisa ainda de alguém que fique com a criança para que ela faça hora extra (“apenas em casos extraordinários”, aham sei!), que coloque a criança para dormir no lugar dela e por aí vai. A nossa lista de exigências sempre é maior.


Nestes meus muitos anos de carreira, nunca ouvi falar de um pai que foi questionado na entrevista se tinha filhos, e se sim, quem ficaria com as crianças para ele trabalhar. Homens são contratados e promovidos, enquanto esposas ou mães dos seus filhos estão grávidas. O contrário é raro, aliás, muitas de nós morremos de medo de perder o emprego ao voltar da licença-maternidade. Um estudo da FGV aponta que 50% das mulheres ficam sem trabalho após voltarem do período de licença, algo cruel e doloroso demais quando se está diante de tantas mudanças físicas e emocionais.


Meu retorno foi acolhedor, mas fiz uma “transição” de carreira e voltei para a área da assessoria de comunicação (“bom filho à casa torna”). Porém, enfrento desafios hoje, que antes não enxergava como desafios. Esta é uma área em que a flexibilidade de horários é essencial. São eventos à noite, finais de semana, acompanhar a pauta do jornal antes das 06h da manhã, e é aí que vemos o quanto a empatia e acolhimento com as mães é essencial no mercado. Se um colega pode acompanhar um evento ou pauta no lugar de uma assessora/mãe, por que não fazer essa troca? Tenho certeza de que a excelência do trabalho será a mesma, se a equipe estiver comprometida.


Outro ponto bem legal que observo é como as mães se atraem, a gente adora falar dos filhos, mostrar fotos, compartilhar dicas e cada vez mais meu mundo tem sido de outras mães, que assim como eu, acreditam e vivem de acordo com suas crenças e valores. Por isso o mercado de trabalho tem sido também um refúgio para a gente se encontrar como profissional, mãe e, sobretudo, como pessoa.


Para mim o período de férias será de muito trabalho dentro e fora de casa, já me organizei com as férias da pequena e sei que posso contar com a ajuda da minha rede de apoio, mas e vocês? Como serão as férias com as crianças? Conta aqui nos comentários, sua ideia pode inspirar outras mães!

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