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  • Foto do escritorNani Nunes

Por que empretecer a pauta feminista?

Atualizado: 30 de nov. de 2021

O feminismo é um movimento social, político e filosófico que busca a equiparação de gênero. Através do empoderamento feminino, tem como objetivo derrubar um sistema que invisibiliza e oprime mulheres em todo mundo.


Vivemos em uma cultura na qual o preconceito e a repressão contra a mulher são enraizados e vêm desde os primórdios da nossa civilização. Os direitos adquiridos pelo então pejorativamente denominado “sexo frágil” é consequência de longos anos de luta.


No Brasil, o movimento como conhecemos hoje teve início no século 19, período em que a condição da mulher brasileira acompanhava as desigualdades sociais e econômicas do país. A evolução veio através do tempo, a luta por direitos e a necessidade de tomar os espaços que nos foram negados é antiga, antes mesmo da nomenclatura.


A mulher branca era apenas destinada aos afazeres domésticos, proibida de frequentar lugares e até mesmo o acesso à educação era negado a ela. O movimento feminista ganha força, principalmente, com a luta pela educação feminina, direito de voto e abolição da escravatura. É importante ressaltar que a mulher preta, naquele período, vivia em condições escravocratas, a sua luta era pela sobrevivência e o direito de ser reconhecida como pessoa e não mercadoria.


Embora todas as mulheres sofram com o machismo, as mulheres negras também sofrem com o racismo e a sua busca por equidade duplica. Quando pensamos nas mulheres transgêneras, que também sofrem com a transfobia, a “conta” é triplicada. Exatamente pela situação histórica citada anteriormente, quando pensamos nos direitos das mulheres precisamos fazer um recorte social, histórico e racial.


Não, não estamos no mesmo “barco” e compreender isso ajuda a fortalecer também o movimento antirracista.



Encontro Nacional Mulher e Constituinte, retirada do Acervo do Senado


O feminismo Negro


O feminismo negro nasceu justamente a partir da percepção de que faltava uma abordagem conjunta das pautas de gênero e raça pelos movimentos sociais da década de 1970, não podemos desconsiderar as vivências de décadas de exploração da população preta. Nosso sistema foi construído sobre pilares racistas e machistas, herdado de um período intenso e cruel de colonização e escravidão, o que permite que o país tenha conceitos pigmentocrárico e patriarcal enraizados, isso significa que a quantidade de melanina e o gênero são fatores determinantes para deslegitimar identidades e existências.


A filósofa e importante militante feminista negra, Djamila Ribeiro, aborda profundamente o tema em sua obra “Quem tem medo do feminismo negro?”. Deixando claro a importância de discutir e entender as opressões sociais em diferentes escalas.


“O debate sobre o feminismo negro não é apenas sobre identidade, mas um convite a rever e a repensar como algumas identidades são aviltadas. Quando se discute identidades, também está se dizendo que o poder deslegitima algumas em detrimento de outras. É necessária a derrubada do entendimento de que as mulheres negras estão dividindo o pensamento e o movimento feministas, é preciso e urgente que se ressignifique o conceito de humanidade, já que pessoas negras em geral, e mulheres negras especificamente, não são tratadas como humanas. “Uma vez que o conceito de humanidade contempla somente homens brancos, nossa luta é para pensar as bases de um novo marco civilizatório”, esclarece a filósofa em sua obra.

É importante entender e conhecer o feminismo em todas as suas formas. Não estamos dividindo o movimento e, sim, considerando as lutas individuais de cada grupo. É preciso conhecer suas batalhas (e as do outro) para sair à luta, principalmente em um país racista como o Brasil. É fundamental empretecer a pauta feminista para que possamos produzir um futuro onde seja possível o mesmo lugar de partida.


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