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  • Foto do escritorDaniela Luz Lemos

Por um 2022 sem dietas restritivas

Todo mundo já ouviu em algum momento que dietas restritivas não são a melhor forma de se criar uma relação saudável com o seu corpo. Claro, existem atletas que levam sua alimentação com mais rigor ou pessoas com alguma intolerância, por exemplo. Entretanto, de modo geral, não é aconselhável fazer mudanças drásticas e, muitas vezes, irreais no nosso cardápio do dia a dia, em um curto espaço de tempo.

Mas se é consenso que essa não é uma boa prática, por que tantos homens e mulheres, em especial, recorrem às dietas restritivas? Particularmente, acredito que existem duas razões para isso. A primeira é o desconhecimento das consequências deste tipo de alimentação. Pasmem, mas mesmo em 2022 muitas pessoas e até profissionais resumem tudo a calorias. E eles não poderiam estar mais errados.

Falando do aspecto biológico da nossa alimentação, a comida serve para nutrir o nosso corpo, trazer energia e bem-estar físico. Com dietas absurdamente restritivas, é quase certo que você não irá consumir todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do seu corpo, o que pode ocasionar não só cansaço, mas também queda de cabelo, alterações metabólicas, desmaios e outros efeitos colaterais, que podem se tornam crônicos, inclusive.

Mas a alimentação não é apenas uma necessidade biológica. Falando do aspecto psicossocial, a comida faz parte da nossa cultura, das nossas relações e do nosso bem-estar mental. Comida é história, é afeto, é felicidade. E quando ela não nos nutre também neste sentido, a cabeça adoece, facilitando o desenvolvimento de ansiedade, depressão, compulsão alimentar, entre outros quadros psicológicos graves.

De acordo com a nutricionista Sophie Deram, autora de O Peso das Dietas, “cerca de 95% das pessoas fracassam na dieta”, o famoso efeito sanfona, presas no ciclo vicioso de restrição > desejo > exagero > culpa > restrição; e por aí vai. Sobre os 5% que sobraram, “a maioria que mantêm o peso tem transtorno alimentar, ou seja, essa história não tem nada de sucesso”, afirma a profissional e escritora.

Aproveitando o gancho, é aqui que entra o que acredito ser a segunda razão pelas quais as pessoas ainda fazem dietas restritivas: a pressão estética para se encaixar em um determinado padrão é tão grande, que o indivíduo, embora tenha o conhecimento de todos esses riscos, escolhe ignorar tudo por, quem sabe, um breve sentimento de acolhimento. E ainda há quem diga que fez aquele comentário desagradável pensando na saúde, não é mesmo?

Fim de ano é um prato cheio para parentes e conhecidos que se sentem no direito de apontar e sugerir coisas sobre a aparência alheia, o que faz muitos considerarem as dietas restritivas. Algumas dessas falas podem ser bem duras, eu sei, mas não se deixe levar por elas. Caso seja uma vontade sua, lembre-se que mudanças corporais levam tempo e devem sempre ser acompanhadas por profissionais da saúde (nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos etc.).

Acima de tudo, em um processo de reeducação alimentar, é fundamental escutar o que seu corpo está dizendo, quais necessidades precisam ser supridas e respeitar toda essa trajetória de reconexão com a sua fome. Entenda como você se comporta em relação à comida e, se preciso, peça ajuda. No mais, espero que vocês tenham se deliciado nas ceias e curtido bastante os reencontros nessas últimas semanas. Feliz ano novo!



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