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  • Foto do escritorLarissa Tassin

"Vivências de uma mãe solo", por Kelly Furlan

O livro "Vivências de uma mãe solo" traz o relato da trajetória de uma mulher que, neste caso, chama-se Kelly Furlan, mas também poderia ter o nome de pelo menos 40% das mães que compõem as estatísticas do IBGE, na condição de 'chefes de família'. Sim, porque são elas que acumulam a função de mãe, profissional, gestora, empreendedora, desbravadora e tantas outras atividades concentradas na unidade infinita do ser 'MÃE'


Há exatos seis anos e nove meses, aquela moça, 'workaholic' executiva, dedicada à gestão de pessoas, havia enfrentado e superado um AVC isquêmico, quando a vida lhe surpreendeu novamente, com um desafio muito mais gratificante, mas que não seria bem uma promoção ou um novo cargo naquela empresa dos sonhos...


Ela descobriu que estava grávida, depois de um relacionamento fugaz, e em seguida, entendeu que a trajetória de dar à luz seria um caminho 'solo'. Kelly estava na condição que até então, ela conhecia pelo termo 'mãe solteira', ou seja, aquela mulher que, apesar de não ter um parceiro ou uma união civil, está grávida e vai ter um filho.


O livro, de pouco mais de 50 páginas e leitura fluida, relata passagens relevantes da vida de Kelly, mas mergulha na trajetória de uma mulher que se viu grávida de repente e enquanto via sua barriga crescer, via também agigantar-se à sua frente, uma montanha de equívocos sociais, moralistas, discriminatórios, machistas e preconceituosos, e que dizem respeito a pessoas como ela, que em termos estatísticos, somam mais de 12 milhões de mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

Kelly e o filho, Marcelo

"Os dados são do mais recente censo feito pelo IBGE. Das famílias comandadas por mulheres, 56,9% vivem abaixo da linha da pobreza", exclama a autora. "E no Brasil, mais de 40% das famílias têm uma pessoa do sexo feminino à frente da tomada de decisões, ou seja, trazem o sustento para a casa e filhos. Agora, será que uma mãe solo não consegue dar conta do recado e ser feliz?", questiona.


Kelly descobriu, de repente, o preconceito, o julgamento, as barreiras de cidadania para conquistas como creche para o filho, compor horário de trabalho com os cuidados à criança, a perda de competitividade no âmbito profissional.


"Existem as 'mães solo', porque ser mãe é uma condição que transcende um estado civil, transcende parâmetros morais impostos socialmente, mas que ainda não é aceita socialmente", explica Kelly. "Então me vi atônita diante dessa constatação e decidi escrever o livro com um breve resumo da minha história de vida, para chamar a atenção da sociedade para este segmento de pessoas que também são discriminadas, que precisam de políticas públicas que as ampare, que precisam até de um ativismo para conscientizar a sociedade, os governantes e as instituições, porque sobre nós paira o desafio de lastrear os cidadãos que vão conduzir o país, daqui a 20 anos". Para Kelly, entretanto, só pelo fato de se tratar de mulheres e seus filhos, já haveria motivos para que a sociedade as respeitasse incondicionalmente.


A nova cara da 'maternidade'


"É possível afirmar que a maternidade não mais decorre da alteração do estado civil, de uma vida conjugal, propriamente dita, mas da parentalidade, do desejo de tornar-se mãe, portanto, não é o marido ou companheiro que torna as mulheres 'mães'. Esse poder é e sempre será dos nossos(nossas) próprios(a) filhos(as)."


Existem inúmeras possibilidades dentro desse grupo das "MÃES SOLO":


  • Mães que geram seus filhos por inseminação artificial;

  • Mulheres que engravidaram e sabiam, a partir do momento que escolheram ter o bebê, que estariam por conta própria nessa criação;

  • As que optaram pela adoção de crianças, independentemente do estado civil;

  • Mães que estavam casadas ou se relacionando com o pai da criança quando engravidaram, mas que dos quais se separaram e viram-se inteiramente sós para viver a maternidade;

  • Aquelas cujo companheiro não assume a criança e se abstém de qualquer contato familiar – ou então abandonou a família após o nascimento da criança;

Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente, 50% a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão do filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança algumas vezes durante a semana.


Essas mulheres começaram a ser reconhecidas na Constituição Federal de 1988, independente de uma união civil ou conjugal.


O livro "Vivências de uma mãe solo" foi editado e publicado de forma independente.

Kelly no lançamento do livro

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